[JN] Costa Alves pede plano de emergência nuclear

O meteorologista Costa Alves alertou para a necessidade de ser criado um plano de emergência nuclear e defendeu que é preciso preparar um eventual desastre na central espanhola de Almaraz.

"Quero fazer uma referência à necessidade de o país [Portugal] não ter um plano de emergência para fazer face a um desastre [nuclear] em Almaraz e a necessidade de o criar", afirmou o meteorologista Costa Alves, reagindo à intenção de Espanha de construir um armazém para material nuclear.

PORTUGAL PEDIU ESCLARECIMENTOS A ESPANHA SOBRE ALMARAZ

Este responsável, que faz parte de dois movimentos cívicos de Castelo Branco, o Tejo Seguro e As Romãs também Resistem, lembrou que "a 100 quilómetros [de Castelo Branco] temos uma central nuclear envelhecida, com vários problemas de funcionamento e agora ainda temos a sobrecarga de lidar com um armazém com material radioativo que tem uma vida semiativa de séculos e séculos", sustentou.

Está a ser planeada uma nova manifestação de protesto contra o nuclear, pelo Movimento Ibérico Anti-Nuclear, que congrega várias associações e movimentos cívicos de Portugal e de Espanha. "Fizemos a manifestação em Cáceres [no verão] e agora está a ser planeada pelas duas partes [portuguesa e espanhola], uma manifestação para Madrid, cuja data ainda não está definida mas que poderá ocorrer em março de 2017. Queremos também que se faça uma em Portugal", disse.

Estamos completamente desprotegidos

Costa Alves reforça ainda a necessidade de se dotar a proteção civil de um plano de emergência específico para um acidente nuclear em Almaraz e adianta que atualmente, "estamos completamente desprotegidos". "A exigência de que [a central nuclear] feche não significa que isso vá acontecer", frisou.

Quanto ao Governo português, Costa Alves entende que "tinha estado tímido", mas "começou a responder", no que considera serem "passos em frente".

O Governo espanhol deu luz verde à construção do armazém para resíduos nucleares na central de Almaraz, localizada a cerca de 100 quilómetros da fronteira portuguesa, através de uma resolução da Direção-Geral de Política Energética e Minas do Ministério da Energia. De acordo com o Boletim Oficial do Estado, divulgado na passada quarta-feira, que reporta a resolução de 14 de dezembro de 2016, da Direção-Geral de Política Energética e Minas, "autoriza a execução e montagem da modificação do desenho correspondente ao Armazém Temporário Individualizado da Central Nuclear Almaraz, Unidades I e II".

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